A fórmula mantém-se: carros a alta velocidade, cenas de luta, hip-hop à mistura e mulheres com pouca roupa. Tudo isto faz parte de Velocidade Furiosa 7 (2015), além de alguns (ou melhor, vários) momentos verdadeiramente inverosímeis, o que também já é apanágio na saga. Desta vez, o grande cerne da obra é a vingança e tudo aquilo que se pode fazer para concretizá-la. Dominic Toretto (Vin Diesel) e o restante grupo deparam-se com um inimigo que não os vai deixar em paz, Deckard Shaw (Jason Statham), irmão de Owen (Luke Evans), que havia sido derrotado em Londres num filme anterior. Deckard tem apenas um objectivo: vingar o irmão. Por outro lado, Toretto terá de liderar o grupo para salvá-lo desta contenda, sem ultrapassar os limites que possam levá-los a ser, novamente, um alvo das autoridades norte-americanas.
Paul Walker e Vin Diesel em Velocidade Furiosa 7. Foto: Out Now. |
A acção do filme é constante, evidenciando-se algumas cenas de luta memoráveis (um encontro entre Jason Statham e Dwayne Johnson é algo poderoso). Aliás, é justamente nas cenas de luta que a realização de James Wan se destaca, acompanhando, de forma não muito comum mas verdadeiramente apreciável, os movimentos das personagens. Wan revela ainda alguma aptidão para os filmes de acção, conseguindo uma narrativa fluida e bastante apelativa, dentro do género. O elenco tem, como não é grande novidade, muita testosterona, mas não consegue atingir grande qualidade artística. Vin Diesel, o verdadeiro protagonista, continua a não passar muita emoção para o espectador, tal como a sua colega de cena Michelle Rodriguez. O filme fica marcado pela inevitável homenagem a Paul Walker, actor que interpretava um dos papéis principais e que faleceu durante as rodagens do filme.
Jason Statham em Velocidade Furiosa 7. Foto: Out Now. |
Velocidade Furiosa 7 repete a fórmula até mais não e a inovação não se sente muito. É claro que muito mudou desde Velocidade Furiosa (2001), tratando-se agora de uma obra mais bem conseguida em alguns aspectos. Contudo, a saga abandona, cada vez mais, aquilo que é a sua identidade: os carros. Apesar de ainda merecerem algum destaque, há um maior foco na acção propriamente dita do que em corridas ilegais, por exemplo. Numa obra demasiado longa e com um argumento nada crível e actores pouco inspirados, algo fica, contudo, garantido: a velocidade e a acção são absolutamente non-stop.
(Crítica publicada na edição de maio de 2015 da revista Metropolis)
(Crítica publicada na edição de maio de 2015 da revista Metropolis)