«Vingadores: A Era de Ultron»

Os Vingadores estão de volta para mais uma épica aventura mas com menos superpoderes, pelo menos a nível cinematográfico… A sequela de Os Vingadores (2012, crítica aqui) volta a reunir os mais poderosos super-heróis da Terra e não só para salvar o mundo. Contudo, foi justamente com o objetivo de manter a paz que tudo começa… Ora, Tony Stark (Robert Downey Jr.) e Bruce Banner (Mark Ruffalo) tentam criar um plano de inteligência artificial que permitiria manter o planeta em harmonia e sem guerras. Todavia, o resultado não é o esperado e acaba por ser criado Ultron (James Spader), que tem como principal propósito destruir Os Vingadores e tudo ao seu redor. 

Vingadores: A Era de Ultron (2015) é escrito e realizado por Joss Whedon, que tem um trabalho inequivocamente interessante em ambas as facetas. Nota-se sobretudo nos diálogos divertidos, apesar de o humor não ser tão bem conseguido como acontecera no filme antecessor. A fotografia não surpreende, tal como a banda-sonora, ao contrário de outros bons exemplos de filmes da Marvel, como Homem de Ferro (2008) e Os Guardiões da Galáxia (2014, crítica aqui).

Mark Ruffalo e Robert Downey Jr. em Vingadores: A Era de Ultron. Foto: Out Now.
O que mais realça na obra acaba por ser a sua confusão narrativa: há demasiados eventos a acontecer ao mesmo tempo e a essência acaba por perder-se. Aliás, um dos principais atrativos do filme, ter vários super-heróis reunidos num só filme, acaba por tornar-se num calcanhar de Aquiles, já que a maioria das personagens acaba apenas por figurar na obra e nem sempre marcam verdadeiramente a narrativa. Sente-se que há muito mais que poderia ser explorado, como, por exemplo, o passado da Viúva Negra (Scarlett Johansson). Aliás, já está mais do que na altura de a heroína ter um filme a solo… Também os novos integrantes, os gémeos Maximoff (interpretados por Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnson), não têm direito ao devido destaque. Salva-se, todavia, o excelente e prometedor vilão, que Spader conseguiu retratar de uma forma exímia.

Scarlett Johansson em Vingadores: A Era de Ultron. Foto: Out Now.
Algo que não falha, de todo, neste filme é a qualidade interpretativa dos atores. Num leque de muitos nomeados a Óscares é difícil escolher quem mais se evidencia, mas é deveras impossível deixar de atentar ao talento e carisma inatos de Robert Downey Jr., além da dimensão dramática que Johansson e Ruffalo imprimem às suas complexas personagens. Não obstante, todo o elenco revela uma excelente química entre si, sendo este um dos elementos mais positivos do filme.

Vingadores: A Era de Ultron é, sem dúvida, um bom filme de ação, mas esperava-se mais. O primeiro filme acabou por ser mais impactante do que esta nova toma, frustrando as expectativas quanto a este novo reencontro dos super-heróis.