Um filme de época encantador e envolvente, Pela Rainha (2014) é a sequela de Esperança e Glória (1987). Mais uma vez, John Boorman recorre à sua própria história de vida para criar um filme. Ora, estamos em 1952 e Bill Rohan (Callum Turner) tem agora 18 anos e é um jovem sonhador e feliz, até que é obrigado a cumprir o treino militar. É lá que conhece Percy Hapgood (Caleb Landry Jones), com quem desde logo cria "uma bela amizade" - ambos citam o filme Casablanca (1942), no início de uma sequência de referências cinematográficas que se prolonga ao longo da obra. Como decorre a guerra na Coreia, alguns dos soldados são enviados para a batalha, mas os dois amigos são colocados como instrutores no campo do treino militar. Entre intrigas contra um sargento autoritário e outras peripécias, ambos fazem excursões ao exterior e é aí que Bill conhece uma mulher inatingível, por quem rapidamente se apaixona.
Pela Rainha emociona e surpreende, contendo vários elementos que magnetizam o espectador à história. O argumento é cativante, com paralelismos aos momentos políticos mais importantes da época, bem como a maneira de pensar e de viver daquela sociedade, ainda muito restrita e com pouca transposição dos limites impostos. As vestimentas das personagens são um belo retrato da época, bem como os restantes cenários. O trabalho de fotografia é cuidadoso e particularmente relevante na obra, sendo um dos seus principais trunfos, tal como a realização aprazível e compassada de Boorman. Destaque também para a interpretação do protagonista, bem delineada para os pressupostos da personagem.
Apesar de Pela Rainha não ser particularmente intimista, emocional ou com relevância histórica, sendo mais um filme simples com alguma comédia à mistura, acaba por ser, igualmente, uma obra agradável de se ver, deixando o espectador a desejar pelo terceiro capítulo da história de Rohan.
(Crítica publicada na revista Metropolis de Novembro de 2014: http://www.cinemametropolis.com).
Callum Turner em Pela Rainha. Foto: Out Now. |
Apesar de Pela Rainha não ser particularmente intimista, emocional ou com relevância histórica, sendo mais um filme simples com alguma comédia à mistura, acaba por ser, igualmente, uma obra agradável de se ver, deixando o espectador a desejar pelo terceiro capítulo da história de Rohan.
(Crítica publicada na revista Metropolis de Novembro de 2014: http://www.cinemametropolis.com).