Numa viagem pelo interior podre de Hollywood, David Cronenberg volta a superar-se e cria uma obra satírica e mordaz sobre a fama e o que significa ser uma celebridade. Em
Mapa Para as Estrelas (2014), conhecemos um conjunto de pessoas cuja sua principal obsessão é ganhar relevância no feroz e competitivo mundo do Cinema, estando dispostos a tudo para conseguir atingir os seus propósitos. Agatha (Mia Wasikowska) é uma jovem com várias cicatrizes provocadas por queimaduras que chega a Los Angeles e conhece Jerome Fontana (Robert Pattinson), um motorista que almeja ser actor. Entretanto, Agatha começa a trabalhar como assistente para Havana Segrand (Julianne Moore), uma actriz perturbada e decadente que luta por conseguir o papel de protagonista num remake de um filme feito pela sua mãe. Simultaneamente, um adolescente, Benjie Weiss (Evan Bird), acabado de sair de uma clínica de reabilitação, tem toda a atenção da sua obcecada mãe, interpretada por Olivia Williams, ao mesmo tempo que o seu pai (John Cusack) parece viver num mundo à parte.
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Mia Wasikowska em Mapa Para as Estrelas. Foto: Out Now. |
O elenco é de luxo, mas destacam-se, indubitavelmente, Julianne Moore e Mia Wasikowska, ambas soberbas na interpretação das suas desmedidas e desarranjadas personagens.
Mapa Para as Estrelas é um retrato visceral e amargo sobre o pior do que resulta pela busca dos sonhos, pela busca da estrelar Hollywood. Com muitas referências à própria história da indústria e sob uma realização magistral de Cronenberg, a obra é elevada por um argumento tenso e misterioso, perturbador e inquietante, sem deixar de ser uma crítica global não apenas a Hollywood, mas à própria ambição descomedida universal.