Em Saint Laurent (2014), o filme de abertura do Lisbon & Estoril Film Festival 2014, iniciamos uma viagem intimista à vida (mais do que à obra propriamente dita) de Yves Saint Laurent, o renomado estilista francês. A história restringe-se ao período de 1967 a 1976, no qual o criador estava no topo da sua carreira. Todavia, a obra dedica-se mais ao homem do que ao estilista, conhecido pelas suas criações extravagantes, que embelezavam a silhueta feminina.
Sob a realização detalhista e inspirada de Bertrand Bonello, a obra encaminha-nos para um Saint Laurent nem sempre seguro de si e algumas vezes perdido em álcool ou drogas. Conhecemos também a sua relação épica e marcante com Pierre Bergé (Jérémie Renier), seu amante e parceiro de negócios, que, aliás, não aprovou a realização deste filme. Bonello providencia também um retrato acurado da época, tal como é exponenciado numa das melhores cenas do filme, quando se recorre a um split-screen em que são mostrados momentos importantes daquela altura ao mesmo tempo em que são exibidas peças inolvidáveis das colecções de Saint Laurent.
Além de ser um biopic díspar do próprio género, Saint Laurent destaca-se, claro, pela interpretação ousada e muito iridescente do protagonista Gaspard Ulliel. O actor consegue transmitir apenas pelo olhar tudo aquilo que se pretendia para a sua personagem. Brilhante na forma e no conteúdo, Saint Laurent peca apenas por arrastar-se em alguns momentos, perdendo algum do seu dinamismo, mas nada que afecte o cômputo geral de um belo retrato de uma figura incontornável do século XX.
(Crítica publicada na revista Metropolis de Novembro de 2014: http://www.cinemametropolis.com).
Léa Seydoux, Gaspard Ulliel e Aymeline Valade em Saint Laurent. Foto: Out Now. |
Sob a realização detalhista e inspirada de Bertrand Bonello, a obra encaminha-nos para um Saint Laurent nem sempre seguro de si e algumas vezes perdido em álcool ou drogas. Conhecemos também a sua relação épica e marcante com Pierre Bergé (Jérémie Renier), seu amante e parceiro de negócios, que, aliás, não aprovou a realização deste filme. Bonello providencia também um retrato acurado da época, tal como é exponenciado numa das melhores cenas do filme, quando se recorre a um split-screen em que são mostrados momentos importantes daquela altura ao mesmo tempo em que são exibidas peças inolvidáveis das colecções de Saint Laurent.
Além de ser um biopic díspar do próprio género, Saint Laurent destaca-se, claro, pela interpretação ousada e muito iridescente do protagonista Gaspard Ulliel. O actor consegue transmitir apenas pelo olhar tudo aquilo que se pretendia para a sua personagem. Brilhante na forma e no conteúdo, Saint Laurent peca apenas por arrastar-se em alguns momentos, perdendo algum do seu dinamismo, mas nada que afecte o cômputo geral de um belo retrato de uma figura incontornável do século XX.
(Crítica publicada na revista Metropolis de Novembro de 2014: http://www.cinemametropolis.com).