Sonhar, sonhar, sonhar… A Disney sempre fez sonhar milhões de crianças em todo o mundo com os seus filmes e personagens inesquecíveis e
Ao Encontro de Mr. Banks (2013) não deixa a componente onírica de parte. A obra conta a história verídica por detrás de
Mary Poppins (1964), na qual Walt Disney (Tom Hanks) levou duas décadas para convencer P.L. Travers (Emma Thompson) a aceitar que se adaptasse para o cinema o seu livro sobre a ama com poderes mágicos. Travers era uma mulher rígida, pouco dada à fantasia e que parecia inflexível, mas Disney não desistiu até cumprir a promessa que tinha feito às filhas quando ainda eram pequenas. Não ter desenhos animados ou música eram algumas das exigências da escritora australiana, difíceis de contornar tratando-se de um filme da mesma produtora de Mickey Mouse e companhia. Mas
Ao Encontro de Mr. Banks é muito mais do que o narrar de uma história, tendo como principal enfoque o amor: o amor incondicional dos autores pelas suas criações, a força do amor paternal e, sobretudo, o grande amor de uma filha pelo seu pai. E, claro, sobre perdão. Como qualquer filme da Disney que se preze, tem uma moral, um ensinamento, e esta obra indicia o perdão do passado e o perdão a nós mesmos.
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Tom Hanks e Emma Thompson em Ao Encontro de Mr. Banks. Foto: Out Now. |
O argumento está bem construído, sendo contado de forma fluida e nada entediante, numa realização vulgar mas competente de John Lee Hancock. O elenco é poderoso e é uma das razões que baste para ver o filme. Colin Farrell surpreende, fortalecendo o carácter sonhador da sua personagem, Paul Giamatti enternece no papel do motorista atencioso de Travers, Tom Hanks está encantador e perfeito como Walt Disney (que até era seu primo distante) e Emma Thompson está magistral, numa interpretação digna de Óscar.
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Emma Thompson em Ao Encontro de Mr. Banks. Foto: Out Now. |
Não é o filme do ano, mas é um conto irresignável da verdade intrínseca de um dos musicais mais conhecidos e acarinhados pelo público. Encantador, emocionante e fácil de se gostar, Ao Encontro de Mr. Banks mostra-nos que por trás de uma grande história pode existir outra ainda melhor e que, para a magia acontecer, basta sonhar um bocadinho…
(Crítica publicada na revista
Metropolis de Janeiro de 2014:
cinemametropolis.com)