The Paper - Primeira Página (1994), de Ron Howard, tem como palco uma redacção de um jornal diário no início dos anos 1990. Como qualquer redacção, o ritmo é alucinante e cada minuto conta para trazer a notícia exacta e verdadeira - na primeira página e antes de todos os outros jornais. O protagonista é Henry Hackett (Michael Keaton), um editor que precisa de lidar com várias coisas ao mesmo tempo: a proposta de emprego para um jornal concorrente, a rotina desmedida do diário para o qual ainda trabalha e a mulher grávida e também jornalista, que pode dar à luz a qualquer momento (personagem interpretada por Marisa Tomei). A acção passa-se em 24 horas, o que cria maior sensação ao espectador de aceleração, já que tudo funciona de forma muito rápida e pode ter mudanças imprevistas.
O argumento não é transcendente ou avassalador, mas satisfaz e não é entediante. Ainda assim, não deixa de ter um quê de previsibilidade, embrenhado por uma realização banal e que podia reflectir de melhor forma o clima intempestivo de uma redacção. Contudo, há bons momentos na narrativa, em que o espectador pode sentir que está dentro da redacção, assistindo em primeira mão ao desenrolar do trabalho e das ideias dos jornalistas.
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Glenn Close e Michael Keaton em The Paper - Primeira Página. Foto: thefancarpet.com. |
Quanto às interpretações, a escolha dos actores foi bem pensada, atribuindo o protagonismo a Michael Keaton, Marisa Tomei e Glenn Close, que se revela a grande estrela do filme a este nível, mostrando uma maior complexidade dramática.
The Paper - Primeira Página não será o melhor filme que retrata a vida de um jornalista, mas não deixa de ser uma obra interessante sobre a classe, tão única e cheia de particularidades.