A criatividade para uma boa história é única e não está acessível a todos. As histórias que deram origem aos filmes nomeados foram escritas a pensar exclusivamente na sua transposição para o grande ecrã, ou seja, com pormenores que diferem de uma típica obra literária. A categoria para Melhor Argumento Original tem concorrentes com histórias poderosas, de diferentes formas. Alguns contêm mais violência do que outros, enquanto alguns transmitem uma subtileza rica quando se fala de amor. Em comum, têm as narrativas envolventes e impactantes, inesquecíveis.
Eis os nomeados:
Amor
O austríaco Michael Haneke criou e realizou a história de Amor, sobre um casal octogenário (crítica aqui). A obra tem feito furor em vários festivais, arrecadando vários prémios. Está também nomeado para 5 Oscars. Haneke ainda não havia sido nomeado na sua carreira, mas recebe duas nomeações nesta edição dos Oscars, nesta categoria e por Melhor Realizador. Michael Haneke tem ainda outros trabalhos relevantes no seu currículo, como O Sétimo Continente (1989), A Pianista (2001) e O Laço Branco (2009).
Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva em Amor. Foto: Out Now. |
Django Libertado
Quentin Tarantino sempre nos habituou a histórias absolutamente únicas, irreverentes, provocantes e até surreais. Uma coisa é certa: é difícil encontrar algo no mínimo parecido com o que Tarantino tenha criado. Django Libertado (crítica aqui) não é, de todo, excepção. A história sobre um escravo negro que luta pela liberdade (através de uma forma alternativa) é criativa e soberbamente original. É a quinta nomeação que o americano recebe (a terceira referente à de Melhor Argumento Original). Recorde-se que Tarantino não está nomeado para Melhor Realizador nesta edição dos Oscars. Ao longo da sua carreira, ainda só conseguiu receber um Oscar (por Melhor Argumento Original), por Pulp Fiction (1994), mas tem muitos outros trabalhos bem conhecidos do público, tais como Cães Danados (1992), Kill Bill - A Vingança (2003), Kill Bill 2 (2004), À Prova de Morte (2007) e Sacanas Sem Lei (2009). Django Libertado está nomeado para 5 Oscars.
Quentin Tarantino nas gravações de Django Libertado. Foto: Beyond Hollywood. |
Decisão de Risco
A história protagonizada por Denzel Washington é da criação de John Gatins, que está pela primeira vez nomeado para um Oscar. Apesar de ainda ter uma carreira recente, já escreveu para obras como Treinador Carter (2005), Tudo Por Um Sonho (2005) e Puro Aço (2011). Decisão de Risco tem 5 nomeações.
Bruce Greenwood, Denzel Washington e Don Cheadle em Decisão de Risco. Foto: Beyond Hollywood. |
Moonrise Kingdom
O amor entre um casal de pequenos jovens é o mote de Moonrise Kingdom (crítica aqui). A história é da autoria de Wes Anderson e Roman Coppola (que recebe a sua primeira nomeação). Wes Anderson está nomeado pela terceira vez, a segunda para Melhor Argumento Original, após Os Tenenbaums - Uma Comédia Genial (2001). Ao longo da sua carreira, teve outros trabalhos de relevo, como Gostam Todos da Mesma (1998), The Darjeeling Limited (2007) e O Fantástico Senhor Raposo (2009). Moonrise Kingdom está nomeado apenas para este Oscar.
Edward Norton em Moonrise Kingdom. Foto: Beyond Hollywood. |
00:30 A Hora Negra
A história da busca pelo homem mais procurado do mundo, Osama Bin Laden, é da autoria de Mark Boal, o mais oscarizado dos nomeados a esta categoria. Boal recebe a sua quarta nomeação para um Oscar (contabilizando ainda a nomeação enquanto produtor para o Oscar de Melhor Filme de 00:30 A Hora Negra). Já venceu por duas vezes por Estado de Guerra (2008), em Melhor Argumento Original e Melhor Filme. 00:30 A Hora Negra concorre a 5 Oscars (crítica aqui).
Kathryn Bigelow (realizadora) e Mark Boal nas gravações de 00:30 A Hora Negra. Foto: Beyond Hollywood. |