Óscares 2014 - Melhor Realizador (Nomeados)


Nomeados:
David O. Russell, por Golpada Americana (crítica aqui)
O nova-iorquino David O. Russell tem tido uma crescente relevância nos últimos anos devido à sua "trilogia de emoções", como o próprio gosta de classificar: The Fighter - Último Round (2010), Guia para um Final Feliz (2012, crítica aqui) e Golpada Americana, que tem arrecadado vários troféus um pouco por todo o lado. Mais do que tudo, O. Russell é um realizador com uma preocupação minuciosa com o trabalho dos actores, deixando que eles também improvisem e se entreguem aos papéis. Não será assim por mero acaso que tenha conseguido que Guia para um Final Feliz tenha sido nomeado nas quatro categorias de representação, algo que já não acontecia há décadas. Jennifer Lawrence acabaria mesmo por ser galardoada com uma estatueta dourada. O. Russell repete agora o feito com Golpada Americana, sendo o único realizador na História dos Óscares a conseguir tal dois anos seguidos.

David O. Russell tem a sua 5.ª nomeação, após ser indicado na categoria de Melhor Realizador por The Fighter - Último Round e Guia Para Um Final Feliz, além de também ter sido nomeado por este último na categoria de Melhor Argumento Adaptado. Este ano, o argumentista, produtor e realizador está também nomeado na categoria de Melhor Argumento Original por Golpada Americana, que está nomeado para 10 Óscares.

David O. Russell dirige Bradley Cooper e Amy Adams em Golpada Americana. Foto: wmagazine.tumblr.com.

Alfonso Cuarón, por Gravidade (crítica aqui)
Além de querer ser realizador, o mexicano Alfonso Cuarón sonhava ser astronauta, o que talvez tenha inspirado para a realização exímia de Gravidade. O seu primeiro filme de relevo foi A Princesinha (1995), tendo depois realizado dois filmes importantes: Grandes Esperanças (1998) e E a Tua Mãe Também (2001), pelo qual foi indicado na categoria de Melhor Argumento Original. Recebe o convite para realizar um dos filmes da saga Harry Potter, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004), chegando a confessar que nunca tinha lido nenhum livro da saga até então. Realizou ainda Os Filhos do Homem (2006), que foi nomeado para 3 Óscares, fazendo com que Cuarón fosse nomeado nas categorias de Melhor Montagem e Melhor Argumento Adaptado. Este ano, o cineasta pode vencer 3 estatuetas douradas, por Melhor Realizador, Melhor Montagem e Melhor Filme, tudo graças ao esplêndido Gravidade.

Alfonso Cuarón dá indicações a George Clooney e Sandra Bullock em Gravidade. Foto: The Guardian.

Alexander Payne, por Nebraska
Alexander Payne é oriundo, justamente, do Nebraska, nome do filme pelo qual está nomeado para Melhor Realizador. Todavia, a sua família ascende de gregos, sendo que o nome original da família era Papadopoulos. Payne divide-se entre as carreiras de argumentista, produtor e realizador, recebendo agora a sua 7.ª nomeação a um Óscar. A primeira indicação deveu-se a Election (1999), na categoria de Melhor Argumento Adaptado. Sideways (2004) rendeu-lhe duas nomeações, nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Argumento Adaptado, juntamente com Jim Taylor, tendo vencido nesta categoria o seu primeiro Óscar. Não obstante, até agora, o grande sucesso de Payne foi mesmo Os Descendentes (2011), obra que lhe propiciou três nomeações: Melhor Realizador, Melhor Filme e Melhor Argumento Adaptado (juntamente com Nat Faxon e Jim Rash), tendo saído vitorioso nesta última. Com Nebraska, recebe a sua 7.ª nomeação a um Óscar, num filme que está indicado a 6 Óscares.

Alexander Payne e o protagonista de Nebraska, Bruce Dern. Foto: collider.com.

Steve McQueen, por 12 Anos Escravo (crítica aqui)
O britânico Steve McQueen tem uma carreira fundamentalmente marcada por curtas-metragens, sendo 12 Anos Escravo a terceira vez que realiza uma longa-metragem. Contudo, tal não obsta a que os seus primeiros filmes, Fome (2008) e Vergonha (2011), tenham surpreendido a crítica e se tenham revelado marcantes. Como curiosidade, McQueen tem trabalhado sempre com o actor alemão Michael Fassbender nas suas longas-metragens. Agora, com 12 Anos Escravo, o cineasta subiu a fasquia, impressionando o mundo com um filme sofrido e intimista, num retrato muito cru do período da escravatura nos EUA. Graças à sua nova obra, Steve McQueen está nomeado, este ano, para duas estatuetas douradas, nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Filme. 12 Anos Escravo concorre a 9 estatuetas douradas.

Michael Fassbender recebe indicações de Steve McQueen nas filmagens de 12 Anos Escravo. Foto: collider.com

Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
Um dos mais conhecidos realizadores norte-americanos, Martin Scorsese, tem uma carreira recheada de filmes marcantes e que ficaram na História do Cinema, onde até se inclui a realização de um dos videoclips de Michael Jackson, o tema "Bad".

O nova-iorquino, com ascendência italiana, tem agora a sua 12.ª nomeação a um Óscar. As primeiras indicações surgiram devido ao seu trabalho em O Touro Enraivecido (1980) e A Última Tentação de Cristo (1988), na categoria de Melhor Realizador. Tudo Bons Rapazes (1990), um filme sobre a máfia que viria a tornar-se icónico, rendeu-lhe duas nomeações, nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Argumento Adaptado. Nesta mesma categoria, foi também nomeado por A Idade da Inocência (1993). Só passados alguns anos Martin Scorsese voltaria a ser lembrado pela Academia norte-americana, conseguindo duas nomeações para o Óscar de Melhor Realizador pelos filmes Gangs de Nova Iorque (2002) e O Aviador (2004). Mas só depois viria a vencer o que é, até agora, o seu único Óscar na categoria de Melhor Realizador, por The Departed - Entre Inimigos (2006). A Invenção de Hugo (2011, crítica aqui), sobre a História do Cinema, trouxe-lhe duas nomeações no mesmo ano, nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Filme, mas não levou nenhuma estatueta dourada para casa. Este ano está também nomeado nessas categorias, pela comédia O Lobo de Wall Street, que está na corrida por 5 Óscares.

Martin Scorsese e Leondardo DiCaprio nos bastidores de O Lobo de Wall Street. Foto: collider.com.